19 junho 2020
Já há muitos anos que a confusão estava instalada e cada qual se referia a esta terra consoante a forma como gostava mais, Paços ou Passos. Se a geração mais nova, utiliza maioritariamente a grafia Paços, os mais velhos, que no seu tempo
aprenderam a escrever Passos, mantêm esta forma. A própria sinalética da freguesia alimentava a confusão com placas que indicavam que estávamos em Paços ou em Passos e também as associações da terra iam divergindo na designação. Ora, situação que incomodava em particular o actual presidente da junta que desde que assumiu a liderança da freguesia
se empenhou, desde logo, na alteração da grafia de Passos para Paços, procurando reunir-se de documentação necessária para apresentar uma proposta fundamentada que esclarecesse a real identidade da freguesia, baseado
num parecer da Sociedade de Língua Portuguesa que referia que a forma correta era Paços. Proposta que veio a ser
aprovada por unanimidade na reunião da Assembleia de Freguesia em Dezembro de 2018, recebeu parecer favorável
da Câmara e da Assembleia Municipal e foi encaminhada para a entidade que tinha competência para alterar a situação, ou seja a Assembleia da República, através de um projecto- lei que na semana passada acabou aprovado. “Iniciado há 35 anos, com um parecer da Sociedade da Língua Portuguesa (S.L.P.), o qual teve o entendimento que se deveria escrever
Paços e não Passos porque, até ao séc. XVI a grafia era sempre com ç e, porque Paços está relacionado com palácio, do latim palatium, que deu origem a Paços e não Passos, o processo foi encerrado hoje, 09/06/2020, com aprovação, pela Assembleia da República da alteração da denominação da freguesia de “Passos” no município de Fafe, para “Paços”, disse o autarca Joaquim Barbosa, satisfeito com a conquista e agora empenhado em divulgar de formar intensa, a identidade
da grafia correta. Ficam assim dissipadas dúvidas de muitos anos, e os próximos tempos serão, agora, de alteração de hábitos, para alguns, que terão de se adaptar a esta nova grafia-
Paços, esclarecido que ficou o assunto. A Junta de Paços lembra “os muitos que contribuíram para esta possibilidade,
e que merecem o nosso reconhecimento. Desde logo, os Párocos, desta freguesia, Rev. Arlindo Freitas, Eduardo Lobo, e actualmente Manuel Novais, que desde sempre nos seus “escritos” paroquiais e simbologia religiosa adoptaram a grafia
“Paços”. Também os antigos autarcas, Joaquim Barbosa e Manuel Fernandes, “que desde sempre, embora de forma
não oficial, insistiram na grafia Paços” e as colectividades locais (Grupo Desportivo, Rancho Folclórico e Escuteiros),
que não deixaram de seguir a grafia Paços. Não esquecendo “as professoras e educadoras primárias que, actualmente, ensinam a grafia Paços, e que também durante anos defendiam a alteração”, à população e “a todos que colaboram na pesquisa e fundamentação da proposta, o historiador Dr. Artur Coimbra e Jesus Martinho, e por último um agradecimento à
Dra. Clara Marques Mendes, deputada, por ter aceitado o nosso convite para primeira subscritora do projecto lei,
agora, aprovado”. E para que não restem dúvidas, a nova grafia vai ficar escrita, em letras grandes, tal como a imagem, à
entrada da freguesia, com a gravação da data de aprovação. “A ideia final da entrada da freguesia, a seguir à ponte,
prevê no memorial a designação Paços, no sentido Fafe, Póvoa de Lanhoso, representando a sinalética da freguesia. Para o sentido Povoa de Lanhoso - Fafe, colocamos esse trabalho em aço corten com a simbologia e grafia da freguesia Paços, para assinalar esta transição”, explicou Joaquim Barbosa.